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Setembro Amarelo: O papel da família na prevenção do suicídio

Sabemos que a depressão é considerada o “mal do século”, que milhões de pessoas sofrem diariamente com essa doença e que ela é a principal responsável pelos inúmeros casos de suicídio no mundo.

O que, muitas vezes, passa despercebido é o quanto essa realidade afeta outras pessoas ao redor. Segundo dados da ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), para cada vítima há, em média, de 5 a 10 familiares e pessoas mais próximas que sofrem as consequências emocionais, sociais e econômicas atreladas à morte precoce daquele indivíduo.

Por esse motivo, o problema diz respeito à toda sociedade. Mas qual é o papel da família e dos amigos, afim de ajudar no tratamento de quem sofre com depressão e prevenir contra uma possível tragédia?

Conversar e agir

O círculo afetivo de uma pessoa com depressão tem o papel fundamental de ser um agente de apoio, encorajamento e fortalecimento emocional para ela, explicou Kely Magalhães, coordenadora do Serviço de Apoio à Inclusão da Fundação Dorina Nowill para Cegos. Por isso, antes de tudo, é preciso que familiares e pessoas mais próximas tenham uma atitude de escuta empática.

Ouvir atentamente, entender os sentimentos da pessoa, expressar respeito por suas opiniões, não julgar e mostrar preocupação e cuidado são formas de promover uma conversa aberta, saudável e que proporcione um ambiente seguro, afirma Kely.

Mas não basta só conversar. É preciso, também, agir! Encorajar a busca por auxílio médico, indicar apoio emocional especializado, fortalecer a rede de apoio dessa pessoa e, principalmente, restringir acesso a métodos possíveis de suicídio são as principais formas de ação.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ser um grande suporte nessa busca por fortalecimento, tanto das vítimas como das pessoas ao seu redor. Basta ligar gratuitamente para o número 188.

Outras formas de apoio

Conviver com uma pessoa em depressão não é uma condição fácil, mas a forma de se relacionar com ela pode ser o grande amparo de que necessita para enfrentar a doença. Por isso:

1) Não espere a doença piorar para pedir ajuda médica e de confiança. Se for o caso, seja incisivo: “Eu já liguei para o médico e eu mesmo te levarei à consulta”;

2) Tenha paciência para conviver com uma pessoa deprimida;

3) Entenda que a pessoa não está neste estado porque escolheu e sim porque está doente;

4) Mostre interesse na pessoa, passando a mensagem de que “qualquer coisa, estamos aqui” e de fato estar;

5) Incentive a pessoa a fazer alguma atividade, mas caso ela recuse, respeite este momento, ou seja condescendente: “Tudo bem, se você não quer sair, nós podemos ficar em casa juntos”;

6) Informe-se sobre a doença e acompanhe o tratamento.

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